Royal Hair

21 de março de 2017

A ciência por trás da compulsão de arrancar cabelos (Tricotilomania). Uma condição médica tratável.

Já ouviu falar na tricotilomania? Há muito tempo, a aparência dos cabelos é associada a diversos significados. Em muitas sociedades, um longo cabelo pode significar vitalidade, saúde, poder, fertilidade, sensualidade e juventude.

Os cabelos possuem, também, um importante papel na evolução da humanidade e na devoção religiosa. É só imaginar como algumas celebridades como Elvis e Marilyn Monroe se destacam pelas suas belas madeixas e como o cabelo tem influência na cultura mundial. Muitos acreditam que o culto ao cabelo é proporcional ao culto ao corpo sendo uma forma de representação na sociedade moderna.

Quando estes indivíduos estão satisfeitos com seus cabelos, eles estão mais propensos a estarem felizes consigo mesmos e com sua aparência. Contudo, a queda de cabelo pode mudar a perspectiva e a percepção que possuem de si mesmos.

Qualquer que seja a forma da queda de cabelo, ela não é fácil. Pessoas que sofrem com a TTM (Tricotilomania) arrancam seus próprios cabelos. Este comportamento pode causar um grande stress emocional, raiva e vergonha e total perda de controle.

É devastador perceber o cabelo cada vez mais ralo e continuar puxado um a um sem conseguir parar. Muitas pessoas com TTM se sentem sozinhas e acreditam que os outros as enxergam como “loucas” ou “estranhas”. Algumas procuram se reservar e tentar fazer o melhor enquanto outras desenvolvem depressão, pensamentos suicidas e outros vícios para lidar com a dor associada a este tipo de queda de cabelo.

O impacto

Tal comportamento impacta pessoas de todas as idades, etnias, gêneros e níveis sócio-econômicos. Envolve retirar os cabelos do couro cabeludo, cílios, sobrancelhas, região púbica, braços ou pernas, barba e peito. Algumas pessoas puxam em uma pequena área, enquanto outras retiram os cabelos de onde for possível.

O arrancar de cabelos e pelos pode ser consciente ou inconsciente e a maioria das pessoas com o problema fazem das duas formas.

Enquanto há muitas consequências sociais e emocionais do problema, a TTM pode ser ainda mais ameaçadora para a saúde quando os cabelos são ingeridos. Gerando as conhecidas bolas de pelos no estômago que só são removidas com intervenções médicas.

Tricotilomania é uma desordem neuro-biológica, assim os indivíduos arrancam seus cabelos por diferentes razões. É comumente influenciada por stress emocional, hormônios, fatores ambientais, dietas e diversos outros fatores. Muitas vezes inicia-se na puberdade, porém há incidência na infância e na idade adulta onde é predominantemente feminina.

Auto-mutilação? Não!

Por muitos anos, a TTM foi mal compreendida e considerada um comportamento de “auto-mutilação”. Hoje, pesquisadores já descobriram mais sobre a condição caracterizando-a como Comportamento Repetitivo Centrado no Corpo onde se enquadram outras compulsões como arrancar pele, roer unhas e ranger de dentes.

A Tricotilomania é tratável, mas antes é importante entender a causa por trás do comportamento para aplicar qualquer tratamento. Um terapeuta pode ser útil para controlar e desenvolver um bom plano . Isto inclui identificar os gatilhos que precedem o ato de remover os cabelos bem como o que os indivíduos fazem após arrancá-los (como brincar ou comer).

Nenhuma pessoa é igual a outra, então, cada tratamento necessita de planos desenvolvidos individualmente.

Mesmo que a compreensão e tratamento tenham evoluído, infelizmente ainda não há uma base de conhecimento suficiente para uma cura definitiva. Mesmo que com mais publicações sobre o tema, e embora as pessoas percebam que não estão sozinhas, ainda continuarão se sentindo envergonhadas em compartilhar seu problema. Algumas nunca chegarão a identificar a TTM ou nunca terão um profissional para orientá-las com medo de se expor.

Algumas opções de ajuda para a tricotilomania

Felizmente existem ações que podem ser feitas para ajudar as pessoas que vivem nesta condição. A principal delas é, como profissional de cabelo, saber identificar, compreender e sugerir que o indivíduo procure ajuda psicológica garantindo que é possível tratar e resgatar a auto estima.

É importante ter muita sensibilidade ao tratar sobre o assunto e nunca fazer observações como “É só parar…” ou “Você seria tão bonito(a) se…”, isso só faz com que se sintam inferiores e agrave o problema.

Este post é mais do que uma informação, é uma convocação a todos que se conscientizem e ajudem que sofre com este problema.

Por favor, críticas, comentários ou sugestões, deixe nos comentários e até a próxima.

(Fonte: Revista The Link)

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